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Falecimento do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça
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Sua Excelência, Juiz Conselheiro
Dr. Jorge Alberto Aragão Seia
Informação:
Sua Excelência, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e, por inerência, do Conselho Superior da Magistratura (CSM), o Juiz Conselheiro Jorge Aragão Seia, faleceu hoje, dia 29 de Janeiro de 2005, de madrugada em Lisboa, aos 68 anos.
O corpo encontra-se no Salão Nobre do Supremo Tribunal de Justiça, na Praça do Comércio, até às 09:00 hr. de domingo, 30, de onde passará para a Basílica da Estrela, onde se realizará missa de corpo presente, pelas 10:15 hr.
Seguir-se-á cortejo fúnebre para o cemitério de Agramonte, no Porto, terra natal do Presidente do STJ, onde deverá chegar cerca das 15:00 hr.
O Governo Português decretou que no domingo, 30, cumpre-se um dia de luto nacional em homenagem à quarta figura do Estado Português.
O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) é a quarta figura do Estado português, a seguir ao Presidente da República, Presidente da Assembleia da República e Primeiro-ministro.
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Associação Sindical dos Juízes Portugueses
«Na hora do falecimento do Senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses, manifesta o seu profundo pesar e endereça as mais sentidas condolências à Família do Excelentíssimo Conselheiro Jorge Alberto Aragão Seia.
A sua memória perdurará como referência e como exemplo de Jurista Ilustre, de Juiz Distinto e, acima de tudo, como figura da vida pública portuguesa que, com grande ponderação e particular coragem, soube defender a dignidade da Magistratura, a independência dos Tribunais e os valores fundamentais do Estado de Direito».
IN ASJP.PT
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Ordem dos Advogados
O bastonário dos Advogados, Rogério Alves, considerou hoje que a Justiça está de luto devido à morte do presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Aragão Seia, personalidade que disse merecer a homenagem de todos os advogados."Em primeiro lugar é um dia de luto para a Justiça, para o Direito e para o País porque morreu uma figura cimeira do sistema judicial e do Estado português", afirmou o bastonário da Ordem dos Advogados.
Rogério Alves classificou Aragão Seia como uma personalidade emérita "a quem todos os advogados devem prestar homenagem" quer em termos profissionais, quer pelas suas qualidades pessoais.
O bastonário salientou que "o juiz Aragão Seia foi sempre digno da maior admiração, respeito e homenagem, sem embargo de algumas divergências que surgiram no caminho", entre a classe e o magistrado que presidia ao Supremo Tribunal de Justiça e, por inerência, ao Conselho Superior de Magistratura.
"Pessoalmente, quer nos três anos em que fui presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados quer no curto período como bastonário, sempre mantivemos uma relação de respeito recíproco e da maior consideração em termos pessoais e institucionais", acrescentou.
In PÚBLICO.PT
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Governo de Portugal
O primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, lamentou hoje a morte do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, recordando as "superiores qualidades intelectuais" de Aragão Seia, assim como a sua simpatia e disponibilidade.
O Governo decretou que amanhã se cumpre um dia de luto nacional em homenagem à quarta figura do Estado português.
"Curvo-me perante a sua memória e recordo as suas superiores qualidades intelectuais", lê-se numa nota assinada por Santana Lopes. Santana Lopes recorda ainda a "excelente relação" desenvolvida com Aragão Seia "tanto no plano institucional, como também no plano pessoal", desde a altura em que desempenhava o cargo de presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
"Tive oportunidade de trabalhar sobre muitas matérias em cooperação com o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), visitando-Nos reciprocamente amiúde quando estava nos Paços do Concelho de Lisboa, nomeadamente na disponibilização e remodelação dos espaços do edifício do STJ, na Praça do Comércio, de que resultaram contactos muito frequentes e frutíferos", lembra.
Mais tarde, acrescenta Santana Lopes, "já como primeiro-ministro, tive ocasião de receber há pouco tempo em São Bento o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça que, apesar de já muito doente, não quis deixar de ser, como sempre, simpático, atencioso e disponível".
"Foi com o maior pesar que não tivemos já connosco nessa Sessão Solene (de Abertura do Ano Judicial), ocorrida na passada quinta-feira, o Conselheiro Aragão Seia. Quase parece também que, mais uma vez, não quis faltar ao seu dever e partir antes desse dia", sublinha.O primeiro-ministro transmite ainda à família de Aragão Seia, ao Supremo Tribunal de Justiça e a todos os agentes da Justiça em Portugal, "a expressão do pesar que os portugueses neste momento sentem".
O Governo decretou um dia de luto nacional para amanhã pela morte do presidente do Supremo Tribunal de Justiça. "Pelo cargo que ocupava e pelos serviços prestados a Portugal, o Conselheiro Aragão Seia tem direito e merece o reconhecimento de todos os portugueses", lê-se numa nota assinada pelo primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes.
IN PÚBLICO.PT
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Declarações Públicas:
Jorge Sampaio - «O Presidente da República considera que “a justiça está de luto” com o desaparecimento de Aragão Seia, presidente do Supremo Tribunal de Justiça, falecido esta manhã em Lisboa. Em homenagem à quarta figura do Estado, o Governo decretou que amanhã se cumpre um dia de luto nacional.Associando-se ao luto da família, Jorge Sampaio lembrou Aragão Seia como “um magistrado de grande relevo, que presidiu ao Supremo Tribunal de Justiça com distinção e independência”. “Devemos associar-nos a este momento difícil que o Supremo Tribunal de Justiça atravessa”, sustentou o chefe de Estado, numa curta declaração no Porto». (in Público)
Mota Amaral - «O presidente da Assembleia da República já reagiu à morte do juiz-conselheiro, reeleito o ano passado para um segundo mandato à frente do STJ. "O conselheiro Aragão Seia foi um magistrado distinto, com uma brilhante carreira e que honrou as responsabilidade inerentes à presidência do STJ", afirmou Mota Amaral» (in Público)
Aguiar-Branco - «O ministro da Justiça, Aguiar Branco, lamentou o desaparecimento de quem “só prestigiou e honrou o nome de Portugal". "Foi um ilustre juiz conselheiro e um exemplar presidente do Supremo Tribunal de Justiça que, num estado direito democrático, representa uma função absolutamente insubstituível", afirmou o ministro."Acho que a perda dele é um momento de tristeza para todos os que no mundo da justiça fazem o seu trabalho e que reconhecem nele um elemento de referência que hoje convém registar", acrescentou» (in Público).
Baptista Coelho - «Enquanto presidente STJ, Aragão Seia marcou uma época e creio que constituiu uma referência não só para a magistratura mas também para toda a vida pública portuguesa» (in Correio da Manhã).
Rogério Alves - «É um dia de luto para a Justiça, para o Direito e para o País porque morreu uma figura cimeira do sistema judicial e do Estado português» (in Correio da Manhã).
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Nota Pessoal
Faleceu, neste sábado, dia 29.01.2005, Sua Excelência, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Juiz Conselheiro Aragão Seia, por inerência também Presidente do Conselho Superior da Magistratura.
O Administrador do Verbo Jurídico curva-se perante a excelsa honra da sua memória, apresentando as suas sentidas condolências à Digníssima Família.
IN VERBOJURIDICO.NET
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Nota do STJ
Representante do órgão de soberania constituído pelos Tribunais judiciais e quarta figura da hierarquia do Estado, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Juiz-Conselheiro Dr. Jorge Alberto Aragão Seia, faleceu hoje, 29 de Janeiro, em Lisboa.
Magistrado do STJ desde 1995, eleito Presidente em 2001 e reeleito em 2004, o Juiz-Conselheiro Aragão Seia era também Presidente, por inerência, do Conselho Superior da Magistratura e do Conselho de Gestão do Centro de Estudos Judiciários.
IN STJ.PT
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Biografia do Conselheiro Aragão Seia
Representante do órgão de soberania constituído pelos Tribunais judiciais e quarta figura da hierarquia do Estado, o Juiz-Conselheiro Jorge Alberto Aragão Seia concluiu a licenciatura pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em 1959.
Foi Delegado do Procurador da República em Miranda do Douro e Melgaço e, depois, Inspector da Subdirectoria de Lisboa da Polícia Judiciária.
Como Juiz de Direito, esteve em Mirandela, Vieira do Minho, Vila do Conde e Porto.
Foi Juiz-Desembargador nos Tribunais da Relação de Coimbra e do Porto.
Foi membro do Conselho Superior da Magistratura no triénio de 1977/80 e, novamente, em 1986/88.
Entre 1991 e 1995, esteve em Macau, onde, após a criação do cargo no então território chinês sob administração portuguesa, em pleno período de transição, foi o primeiro Alto Comissário Contra a Corrupção e a Ilegalidade Administrativa.
Foi nomeado Juiz-Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça em 1995.
Eleito Presidente do Supremo Tribunal de Justiça em 2001 e reeleito em 2004, foi Presidente, por inerência, do Conselho Superior da Magistratura e do Conselho de Gestão do Centro de Estudos Judiciários.
Nos seus mandatos e em cumprimento dos objectivos das candidaturas, deu andamento a obras de restauro e ampliação das instalações do Supremo Tribunal de Justiça, as mais profundas alguma vez efectuadas, com grande respeito pela traça, materiais e elementos decorativos do interior.
O alargamento da área útil incluiu a recuperação e aproveitamento integral do edifício até ao piso de cobertura, estando para breve a fase final das obras, que contempla uma intervenção completa ao nível dos pisos térreo e intermédio e que se estende ainda à integração de espaços laterais anexos, com a criação de um núcleo museológico e de uma área para exposições temporárias.
Também a datação, classificação, beneficiação e valorização do acervo histórico do Supremo Tribunal de Justiça já permitiu a sua integração no roteiro do património nacional da área de Lisboa, com visitas guiadas que registam assinalável receptividade: cerca de uma centena de visitantes mensais, com marcação prévia de grupos na sua maioria, aos quais é destinado um relato sobre os 170 anos de vida do tribunal de topo e enquadramento do sistema judicial no percurso político e social dos quase dois séculos da História constitucional de Portugal.
Ainda no seu primeiro mandato, conseguiu que fosse criado e publicado o diploma orgânico que consagra autonomia administrativa e orçamento privativo ao Supremo Tribunal de Justiça, já em vigor, pugnando a partir de então por medida idêntica para o Conselho Superior da Magistratura.
Com assento no Fórum dos Presidentes dos Supremos Tribunais de Justiça dos Países e Territórios de Língua Portuguesa, trouxe para o tribunal português de topo, em 2003, o papel de Secretariado Permanente da organização e lançou as bases da Rede Judiciária Informática dos Países e Territórios de Língua Portuguesa, cujo protocolo foi assinado em 2004 pelos nove representantes (Tribunal Supremo de Angola, Superior Tribunal de Justiça do Brasil, Supremo Tribunal de Justiça de Cabo Verde, Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau, Tribunal de Última Instância de Macau, Tribunal Supremo de Moçambique, Supremo Tribunal de Justiça de Portugal, Supremo Tribunal de Justiça de S. Tomé e Príncipe e Tribunal de Recurso de Timor-Leste), reunidos em Lisboa para o efeito.Como representante do sistema judicial português, tinha igualmente assento na "Cumbre Judicial Iberoamericana" e era Vice-Presidente da Associação "Reseau des Présidents des Cours Suprêmes Judiciaires de l'Union Européenne", designado aquando da eleição para o primeiro Conselho de Administração desta organização estabelecida em França e que integra os Presidentes dos Supremos Tribunais dos Estados da União Europeia.
Ao longo da sua carreira, colaborou em várias publicações jurídicas e participou em inúmeros seminários, colóquios e conferências nacionais e internacionais.
É ainda autor de diversos trabalhos jurídicos editados em livros.
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Lista dos títulos publicados:
- Natureza do despacho de arquivamento a que alude o artigo 348.° do Código de Processo Penal;
- Algumas considerações sobre o crime de exposição e abandono de infantes;
- Crime de bigamia;
- Acção de investigação de paternidade ilegítima;
- Filhos nascidos no casamento e fora dele - Quinhões hereditários;
- Privilégios do Ministério Público no direito processual civil revogados pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem;
- Adicionais das multas processuais;
- Arrendamento Rural - Divulgação;
- Arrendamento Urbano;
- Propriedade Horizontal.
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Lista dos títulos publicados em co-autoria:
- Lei orgânica dos Tribunais Judiciais e Estatuto dos Magistrados Judiciais (em co-autoria com o Conselheiro Messias Bento);
- Supremo Tribunal Administrativo - Lei Orgânica, Regulamento e Tabela de Custas (em co-autoria com o Conselheiro Silva Paixão e o Procurador-Geral Adjunto Fernandes Cadilha);
- Código Administrativo (em co-autoria com o Conselheiro Silva Paixão e o Procurador-Geral Adjunto Fernandes Cadilha);
- Arrendamento Rural - Lei n.° 76/77 (em co-autoria com o Dr. Manuel Calvão);
- Arrendamento Rural - Dec.-Lei n.° 385/88 (em co-autoria com o Dr. Manuel Calvão e a Dra. Cristina Aragão Seia).
IN STJ.PT